Xico Nery
Manaus (AM) – Parece haver consenso entre corruptos e corruptores nas
cidades rondonienses no período do “antes e durante” das eleições que se
avizinham ao dia 7 de outubro vindouro. E, seqüencialmente, entre corruptores
e corrompidos haja vista o tamanho do derrame de dinheiro (não)
“declarado” pelos candidatos.
Não é o só os com dinheiro que, vez ou outra, que fazem bom ou mau uso
das “brechas” da legislação para atrair potenciais eleitores, não!
O sem e o com dinheiro, obviamente, poderiam ser
apanhados. Porém, o aparelho policial rondoniense ainda não deu às caras para
conter os maus candidatos e candidatos maus – como deveria.
Outro dia, forças federais detiveram e prenderam um “candidato
arraia-miúda”. Logo fora solto! Enquanto isso, o derrame de dinheiro
advindo de grupos políticos e econômicos que já governaram este Estado corre à
solta. No domingo 23, cerca de três mil veículos do candidato “Sêo Português”
exibiram, pelas ruas da periferia, a cor de parte dos R$ 10 milhões declarados
à Justiça. Obviamente, todos abastecidos com dinheiro de seus condutores.
- Uma gracinha a carreata-bonde, a dele, ironizaram
potenciais corruptores de grupos menores. Eles deixaram escapar essa pérola:
“Queríamos ter pelo menos 10% dessa dinheirama toda”, disseram. Mesmo correndo
o risco de alguém do grupo vir a ser preso, em um cochilo durante a prestação
de contas à Justiça.
“Sêo Português” declarou R$ 10 milhões. Afinal, estaria ou não sob as
asas dos ex-governadores Ivo Narciso Cassol (PP), José Aparecido Cahulla (PPS)
e de outros bam-bam-bans de conhecidos conglomerados econômicos que atuaram com
desenvoltura na gestão do pupilo José Genaro à frente da SEFIN (Secretaria de
Estado das Finança)?.
No passado recente, teria sido dele a ordem para demitir um fiscal que
autuou - e fora demitido - no Porto da Balsa, o filho do vice de Português. À
época, o caso não foi bem explicado. Nem o Sindicato dos Auditores teria se
manifestado, plenamente. (continua)
Isso o que é? Claro que se trata de abuso de autoridade, nepotismo e
outros crimes ainda a serem tipificados. Uma pena que a mídia beiradeira
– a que quer mandar em tudo – não deu a notícia. O
melhor exemplo da mídia mundial é ainda o Wiki Leaks que divulga tudo sobre
mais observações das políticas (externas e internas) de países poderosos como a
Inglaterra e Estados Unidos.
Isso é compromisso com a sociedade civil, ou não? Mas voltemos ao tema “Corruptos, Corruptores
e Corrompidos. Pois bem...
Dinheiro declarado ou não, sujo ou mal lavado, o que importa é que os
tubarões da política rondonienses continuam navegando em céu de brigadeiro. Na
verdade, eles se acham intocáveis, senão! E ao ponto de, no Vale do Guaporé e
em no seu entorno, serem protagonistas da varredura de Terras Indígenas (TI),
além de senhores dos garimpos do Rio Roosevelt e potenciais afrontadores da
mãe Natureza à cata de rios e cachoeiras. Isso não pode!
Contudo, sabe-se, no entanto, que, “Sêo Português” declarara R$
10 milhões, mas que só teria R$ 4 em patrimônio. Então, de onde viria o
dinheiro para essa gastança tão visível, mas turva aos olhos de um Ministério
Público tão atuante, como o rondoniense? Por que ninguém quer ver tudo isso?
Afinal, trata-se de um acinte aos contribuintes honestos.
Brilho, êxtase, pão, carne, leite e mel é o quadro diário que ronda os bunkers
políticos do “Sêo Português” nos quatro cantos da cidade. Cabos
eleitorais, formiguinhas, assessores, marqueteiros, postos de gasolina,
candidatos e eleitores arrebanhados nos bolsões de miséria, todos recebem em
dia porque são bem pagos. E precisam de dinheiro. Enquanto isso, os caminhões
do “Português” cruzam as fronteiras de Rondônia e Amazonas. E secos, por
sinal.
Pois é, quanto vale o silêncio de alguns dos muitos que acreditam no
exercício da cidadania e na força da caneta dos que representam, pelo menos, a
deusa Minerva?
Xico Nery é Produtor
Executivo de Rádio, Jornal, Televisão, Repórter Fotográfico de Agências
Nacionais e em Países Bolivarianos e Andinos.
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